Aldeias de Xisto Tejo - Ocreza: é a unidade com o menor número de aldeias, mas a que possui maior distribuição territorial e maior mescla de materiais construtivos, refletindo já a transição de paisagem entre a meseta ibérica e as terras baixas do Sul. Se em Água Formosa, apesar da presença do xisto, o material de construção predominante é o quartzito, em Sarzedas, por baixo dos rebocos pintados e casas de belo traçado e volumes grandiosos, que atestam a presença marcante da História, predomina o xisto e a taipa. Assim como em Martim Branco, que ainda inclui o seixo rolado da ribeira nas estruturas de alvenaria. Em Figueira, existe um padrão construtivo na utilização do xisto que a distingue: muitas ombreiras das portas são irregulares e, em alguns muros, constatamos um pouco comum assentamento vertical do xisto. Os quintais são delimitados por lajes de xisto espetadas na vertical.
Aldeias de Xisto Zêzere: O Rio Zêzere é o denominador comum da identidade das seis Aldeias do Xisto localizadas na sua bacia hidrográfica. É um dos rios mais selvagens e com menor pressão humana do país. As paisagens que desenha não têm paralelo. A Grande Rota do Zêzere permite percorrê-lo da nascente à foz.
Locais e conteúdos - Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zêzere:
Este roteiro pode ser feito individualmente numa escapadinha ou em conjunto com outros roteiros como Rota Aldeias de Xisto - Serra da Lousã, Rota Aldeias de Xisto - Serra do Açor, Visitar Castelo Branco, Visitar Vila de Rei ou Visitar Santarém.
Estamos na região centro de Portugal, existe muito para ver, logo são precisos pelo menos 2 dias para visitar as Aldeias de Xisto do Tejo Ocreza e Zêzere e pelo menos 6 para visitar as 27 Aldeias de Xisto.
Assim conhecida pela pureza da água que corre aos pés das casas de xisto. Á entrada, a ponte pedonal sobre a Ribeira Galega, emoldurada pelas casas de pedra completam um postal ilustrado. A calma que se vive tem atraído novas caras, que encontram aqui um pequeno paraíso. O comércio aumenta, as hortas crescem e as casas de pedra animam-se com sons do quotidiano, num novo ritmo, numa segunda vida que a pequena aldeia conhece.
Um emaranhado de ruas estreitas ladeadas por casas típicas em xisto conduz ao forno comunitário, onde ainda se coze o pão. As antigas gerações faziam deste lugar um ponto de encontro, tal como o era a fonte onde todos recolhiam água. Hoje, Figueira continua a reger-se pelos ritmos da vida rural. O moinho e a eira, o gado que passa lentamente, as hortas e o transporte de feno em carroças fazem da aldeia um lugar intemporal onde as pessoas se relacionam como uma pequena família. À saída, um caminho conduz a uma ponte filipina e a um lagar de azeite. E em contraponto com esta ruralidade, bem próximos estão a praia fluvial da Fróia e o Centro de Pára-quedismo das Moitas, locais igualmente capazes de proporcionar dias bem passados.
Antiga vila e sede de concelho, Sarzedas mantém uma certa imponência no casario rebocado, de fachadas com traços de cor e volumes grandiosos, no largo onde se ergue o pelourinho, nas igrejas e até nas capelas. A aldeia ganhou um novo fôlego com a recuperação de alguns espaços comunitários, como o lavadouro, a Fonte da Vila e a pavimentação dos acessos. Agora, não são apenas os habitantes mas também muitos turistas quem sobe ao alto de São Jacinto para apreciar o desenho pitoresco das ruas e casas, a igreja matriz e o seu campanário com três sinos.
Ali perto, as ruínas do antigo castelo medieval, cujas origens remontam ao tempo do povoamento, no reinado de Sancho I, não deixam esquecer a antiguidade deste mágico lugar.
Martim Branco é como o cheiro de lenha queimada (que se sente em toda a aldeia): familiar, tradicional e absolutamente irresistível. Os fornos comunitários são, fundamentais nesta aldeia, uma vez que servem de ponto de encontro para dois dedos de conversa entre vizinhos e é neles que se cozem algumas das iguarias desta região, como pão, bolos ou o cabrito. A zona ribeirinha é um elemento mais moderno, que contrasta com as casas antigas. É daqui que parte um trilho que permite acompanhar a Ribeira de Almaceda. À saída da aldeia atravessa-se a ribeira numa pequena ponte de ferro e, tomando os carreiros que atravessam a várzea, é possível seguir ao longo das levadas, contemplar um açude e observar belas mesclas de olival, medronhal e azinhal. É 1,5 km até à Ponte da Volta, em vez de atravessarmos a ponte, andamos mais uns 50 metros e contemplamos um belíssimo açude e quedas de água antes do regresso à aldeia.
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zezêre - Martim Branco (Novembro 2023)
Enquadrada pelo pinhal e pelas antigas Minas da Panasqueira, a Barroca continua a preservar o ambiente rural regido pelos ciclos agrícolas. Percorrê-la é deparar-se a cada passo com o genuíno espírito das Aldeias do Xisto, ou não fosse esta a aldeia que serve de sede à iniciativa. É curta a distância que separa as margens do Zêzere da Casa Grande, o antigo solar do século XVIII onde funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto. Pelo caminho encontram-se os antigos moinhos, movidos pela força do rio, e ao chegar ao espelho de água, uma ponte pedonal convida à descoberta do sítio rupestre do Poço do Caldeirão, onde se podem observar duas rochas decoradas com gravuras paleolíticas representando equídeos e caprídeos, datáveis de entre 20.000 e 15.000 anos a.C..
Nas margens do rio a escultura do Guarda Rios feito com lixo relembra a todos para usufruir da natureza não deixando nada a não ser pegadas.
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zezêre - Barroca (Novembro 2023)
Dá vontade de ficar em Janeiro todo o ano. Recuperada a rigor, com as suas casas rebocadas e pintadas, Janeiro de Cima concilia o melhor do Portugal tradicional com uma confortável modernidade. A praia fluvial da Lavandeira é um dos locais mais belos da Região com as tradicionais Barcas ali atracadas e a antiga Roda de Janeiro, recentemente recuperada.
A caminho da aldeia o Miradouro da Sarnadela oferece uma fantástica panorâmica dos meandros do Zêzere.
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zezêre - Miradouro da Sarnadela (Novembro 2023)
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zezêre - Praia Fluvial das Lavandeiras (Novembro 2023)
À beira do Zêzere e rodeada por uma paisagem deslumbrante que harmoniza serras, penedos e vales com albufeiras, rios e ribeiras, Janeiro de Baixo é o lugar ideal para esquecer o resto do mundo. No núcleo central da aldeia, as casas em alvenaria e argamassa que cresceram desordenadas conjugam-se com a igreja e as pequenas capelas, oferecendo uma agradável zona de lazer onde não falta um parque de campismo. Ali, perca-se por entre curiosidades únicas como o moinho escavado na rocha, uma antiga azenha movida pela água que tira partido da escarpa onde foi instalada, ou ainda a curiosa memória do Tronco, o lugar onde antigamente se ferravam os animais.
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zêzere - Janeiro de Baixo (Novembro 2023)
Com o seu casario rebocado e pintado, Álvaro distingue-se da generalidade das Aldeias do Xisto. Em tempos ancestrais, foi vila e sede de concelho, tendo sido uma importante base da Ordem de Malta. O seu riquíssimo património religioso inclui quinze capelas na freguesia, das quais oito se situam na aldeia, destacando-se a igreja matriz dedicada a S. Tiago, de onde saem procissões uma vez por mês, durante todo o ano. O percurso das capelas é imperdível, com uma alminha em cada caminho e inúmeras surpresas entre o património religioso, mas não é o único motivo para visitar este extraordinário lugar. Percursos pedestres, praias fluviais, artesanato, gastronomia, alojamento rural de qualidade; Álvaro tem um pouco de tudo.
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zêzere - Álvaro (Novembro 2023)
Mosteiro é uma pequena localidade de cariz rural, onde a água e a agricultura são elementos fundamentais que condicionaram positivamente o seu desenvolvimento, possuindo o maior regadio do concelho de Pedrógão Grande. A Aldeia do Mosteiro desenvolveu-se na margem direita da ribeira de Pera. Os terrenos férteis situados perto do leito da ribeira, promoveram a criação de hortas e moinhos que sustentavam a população da aldeia que vivia da agricultura de subsistência. Por isso mesmo, visita obrigatória são os moinhos, as levadas, os lagares e regadios que serviram como infraestruturas base durante séculos para a sustentação desta aldeia, e que agora servem de polos de atração turística.
Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zêzere - Mosteiro (Novembro 2023)
Em terras onde o xisto é rei, o granito tem também a sua importância. Pedrógão é o afloramento de granito que, fornecendo pedra para muitas cantarias de portas e janelas das casas típicas desta região, ajudou a baptizar Pedrógão Pequeno. A aldeia, que nos anos 50 e 60 viu crescer exponencialmente a sua população devido à construção da Barragem do Cabril, volta hoje a revitalizar-se. A Ponte Filipina do Cabril, a Capela de Nossa Senhora das Águas Feras, o Monte de Nossa Senhora da Confiança e, por fim, o restaurante Rainha do Zêzere são algumas das atracções que, juntamente com a beleza da povoação onde a pedra se esconde sob rebocos alvos, justificam uma visita a este pequeno ponto do centro de Portugal.
Sugestões de Restaurantes - Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zêzere:
Sugestões de Alojamento - Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zêzere:
Xisto Sentido
Nota: De referir que este Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Tejo Ocreza e Zezêre (como os outros) pretende ser apenas um guideline e não para ser obrigatoriamente cumprido à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. E, claro, estamos disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!