Rota Aldeias de Xisto | Serra do Açor

A Serra do Açor - a quinta serra mais alta de Portugal continental - constitui o quadrante norte do território das Aldeias do Xisto, assegurando a continuidade da Cordilheira Central, a partir da Serra da Estrela. É a mãe do Rio Ceira, que parte do Açor à procura do Mondego. É também atravessada pelo Alva e por diversas ribeiras que alimentam o Zêzere. Esta é a formação montanhosa em xisto que atinge a maior altitude no território continental português: o Pico da Cebola, a 1438 metros de altitude. A Serra do Açor tem ainda outros pontos de grande elevação, dos quais se destacam o Monte do Colcurinho (1242 m de altitude), o Alto de São Pedro (1341 m), no Alto Ceira, e o Cabeço do Gondufo (1342 m de altitude).

A Serra do Açor foi classificada como Área Protegida em 1982. Nos seus 382 hectares abrange dois pontos de particular interesse: a Mata da Margaraça, que faz parte da rede europeia de reservas biogenéticas, e a Fraga da Pena. 

Já em 1896, o Visconde Sanches de Frias descrevia a Serra do Açor como um “curiosíssimo ouriçado de montanhas convergentes, formando uma região de um acidentado excecional, onde será difícil encontrar um quilómetro de planura.” 

Ao atravessar o Açor as montanhas parecem um mar agitado em noites de tempestade. Um horizonte encrespado de picos e nuvens, pincelado com pequenos pontos brancos e cinzentos das antigas casas e aldeias que pontificam ao longo da serra.

Guia e Roteiro Visitar Aldeias do Xisto - Serra do Açor - Como chegar? Como Fazer?

O motivo da nossa visita são as aldeias de xisto, mas não nos podemos ficar por aqui. Existe uma Aldeia Histórica de Portugal e várias outras perolas e segredos por desvendar. Cascatas, praias fluviais, trilhos, serras e florestas. São muitos os pontos de interesse que a Serra do Açor nos oferece.

É também ponto de partida para visitar as restantes Aldeias de Xisto - Lousã, Zêzere e Ocreza-Tejo.

Assim, pelo menos dois dias completos são necessários para percorrer o Açor. Mas já se sabe, existe sempre mais para ver e descobrir...

Visitar Mata da Margaraça

Numa encosta de xisto da serra da Picota, coberta por uma floresta frondosa e extensa, encontra-se a Mata Nacional da Margaraça. Fiel guardiã de vestígios da floresta portuguesa antiga, é povoada pelas espécies da floresta Laurissilva.

Localizada nas proximidades da aldeia de Pardieiros, na freguesia de Benfeita, concelho de Arganil.

Para conhecer este património está disponível o percurso pedestre “Mata da Margaraça”, um passeio circular de 1,5 quilómetros, que passa pela Casa da Eira, pelos fornos de refugo e pelo moinho junto à ribeira, permitindo admirar as muitas espécies desta densa floresta.

Visitar Fraga da Pena

Inserida na Área Protegida da Serra do Açor, é um local privilegiado de encontro com a natureza. Um cenário idílico onde a água abre caminho por entre a vegetação e a superfície xistosa, e se despenha numa majestosa cascata com mais de 20 metros.

Uma extraordinária maravilha natural que permanece quase intocável pelo Homem e onde a serenidade é apenas interrompida pelo som da água e do chilrear dos pássaros. Originadas por um acidente geológico, as quedas de água que se escondem por entre a vegetação, constituem um recanto paradisíaco que se destaca pela sua autenticidade e frescura.

Visitar Benfeita (Aldeia de Xisto)

Benfeita é uma das "aldeias brancas" da Rede das Aldeias do Xisto (as casas brancas são em maior numero do que as de xisto). E é a única aldeia no Mundo que exalta a paz com uma torre, um sino e um relógio. Celebra o fim da II Guerra Mundial com 1620 badaladas todos os dias 7 de maio.

Percorra as ruas e sinta a frescura no encontro de duas ribeiras, a do Carcavão e a da Mata. No recuperado moinho do Figueiral e alambique ainda é possível ver como antigamente se aproveitava a força da água. Do outro lado da rua descubra a Igreja Paroquial. 

É obrigatório subir à Fonte das Moscas e apreciar o conjunto de casario branco com as suas ruelas e passadiços característicos, nas quais se destaca a Torre da Paz, de alvenaria de xisto, com uma interessante história para contar.

Visitar Avô

A vila de Avô desfila em duas colinas separadas pelo rio Alva. Apresenta-se em cascata, tal como outras tão características da região centro.

Praia Fluvial banhada pelo rio Alva e pela ribeira de Pomares é deliciosa. Esta variação de dois cursos de água formam a conhecida Ilha do Picoto, onde está instalada uma agradável zona de merendas e um bar.

O extraordinário baloiço veio acrescentar beleza a este local.

Visitar Aldeia das Dez (Aldeia de Xisto)

Uma aldeia risonha e encantadora, sobranceira ao rio Alvôco. Toda ela parece um demorado miradouro, com vista privilegiada para as serras envolventes. Respire o seu ar puro, tente conhecer a sua vasta história e certifique-se de ter passado em cada recanto. As vistas da aldeia miradouro conquistam qualquer visitante apreciador das deslumbrantes paisagens da Serra da Estrela. Aqui, cada casa, cada rua e cada largo é um miradouro.

Construída predominantemente em granito, a Aldeia das Dez detém um património construído impressionante, com destaque para a Igreja Matriz , cujo interior está decorado com sumptuosa talha dourada. Aqui moraram muitos entalhadores e douradores, que beneficiaram a aldeia com as suas obras. A talha dourada da Igreja Matriz é disso exemplo, juntamente com esculturas e pinturas que embelezam o interior do edifício. Mas os encantos da aldeia vão para lá disso: também se encontram nas pessoas e na paisagem.

Visitar Foz de Égua

Se o Piodão é mágico, Foz de Égua não lhe fica atrás. A junção das duas ribeiras, a das Chãs e a do Piódão, cada uma passar por debaixo da sua ponte, juntam-se depois num único curso que se alarga e ganha alguma profundidade porque se confronta com uma pequena represa formando uma pequena piscina natural.

Visitar Cascata da Forja

Denominadas de Cabouqueiras da Forja, são formadas por uma série de degraus entalhados num imponente escarpado de xisto.

De entre as múltiplas quedas de água destaca-se a cascata superior que, em resultado da ação erosiva das águas da barroca, abriu na rocha um “canhão” muito estreito e profundo, com cerca de 20 metros de comprimento.

Cá em baixo uma redonda «piscina» ou poço espera por nós em dias de calor. 

Entramos nas Balocas, seguimos sempre as placas com indicações para a cascata. Já na aldeia a estrada passa a terra batida, podemos ir a pé cerca de 1,5 km ou seguir com cuidado com o carro até às imediações da cascata.

Não deixem de subir ao cimo da cascata e admirar a paisagem do miradouro.

Visitar Sobral de São Miguel (Aldeia de Xisto)

O slogan da aldeia “O coração do xisto” não é inocente. Esta aldeia será um dos maiores aglomerados de edifícios em xisto de Portugal. Porém, a grande maioria das construções encontra-se rebocada e pintada predominantemente de branco.

Daqui se exporta xisto para o mundo, mas a matéria prima não se fica por aqui.

Começando no património gastronómico – na aldeia pode provar desde ginja, até pica de chouriço, sardinha ou bacalhau, passando pelo mel e pelo pão de forno a lenha – a aldeia tem ainda para oferecer um património cultural e artístico.

Visitar Barragem de Santa Luzia

Construída entre dois enormes rochedos, é uma das zonas paisagísticas mais deslumbrantes do concelho de Pampilhosa da Serra e de todo o território das Aldeias do Xisto. O local é bastante aprazível para canoagem, passeios pedestres, escalada, pesca, atividades náuticas, ou simplesmente para se banhar na piscina flutuante. Enquadra-se no tipo de barragem de montanha e recebe água das ribeiras do Vidual e Unhais, bem como da albufeira do Rio Ceira, através de um túnel.