A cidade de Lisboa (e parte da Área Metropolitana) desenvolveu-se em torno do rio Tejo, e a sua presença moldou a história e geografia da região.
O estuário do Tejo é um ambiente aquático de transição entre o rio Tejo e o oceano Atlântico. É em torno do atraente ambiente ribeirinho deste estuário que emerge parte da Área Metropolitana de Lisboa, dividindo a Grande Lisboa da Península de Setúbal. É um dos maiores estuários da Europa Ocidental e o maior de Portugal.
É atravessado por três pontes, a ponte 25 de Abril (inaugurada em 1966, então Ponte Salazar), uma das maiores pontes suspensas da Europa. A ponte Vasco da Gama, com cerca de 17 km de comprimento e inaugurada em 1998, fica na parte mais larga e mais afastada do oceano Atlântico, que é chamada de mar da Palha.
E a Ponte Marechal Carmona , junto a Vila Franca de Xira, inaugurada a 30 de dezembro de 1951 que foi a primeira ponte a ligar as duas margens do Rio Tejo na região de Lisboa.
O estuário do Tejo foi palco de acontecimentos que marcaram a História de Portugal e da Humanidade. Dele partiram as naus e as caravelas dos descobrimentos portugueses que deram início à Era dos Descobrimentos Europeus, começando a delinear o mapa do mundo, responsáveis por importantes avanços da tecnologia, ciência náutica, cartografia e astronomia. A entrada da barra do estuário do Tejo é a porta atlântica de Lisboa, por isso foi construído todo um conjunto de fortalezas, como o forte de São Julião da Barra, o forte de São Lourenço do Bugio, a Torre de Belém, entre muitos outros.
A Reserva Natural do Estuário do Tejo abrange uma área de 14.416,21 ha, que inclui uma extensa superfície de águas estuarinas, campos de vasas recortados por esteiros, mouchões, sapais, salinas e terrenos aluvionares agrícolas (lezírias). Insere-se na zona mais a montante do estuário, distribuindo-se pelos concelhos de Alcochete, Benavente e Vila Franca de Xira e não excedendo os 11 m de altitude e 10 m de profundidade.
Nas margens do estuário desenvolve-se o sapal, cuja comunidade florística vive sob a influência das águas trazidas pela maré. Região de grande produtividade a nível de poliquetas, moluscos e crustáceos, constitui autêntica maternidade para várias espécies de peixes, como é o caso do linguado e do robalo. Dentre as espécies sedentárias tipicamente estuarinas salientam-se o caboz-de-areia e o camarão-mouro. Para peixes migradores como a lampreia, a savelha e a enguia o Tejo é local de transição entre o meio marinho e o fluvial.
O percurso ribeirinho começa junto à ponte do rio Trancão, no recentemente inaugurado Parque Papa Francisco, são 6 quilómetros lineares de um passadiço pedonal e clicável junto ao rio Tejo que une os concelhos de Loures e Lisboa, entre Santa Iria de Azóia e o Parque das Nações, mas também chega a Vila Franca de Xira, podendo chegar a um total de 17 quilómetros.
O percurso contempla 10 pontes ao longo do trajeto, 14 túneis e quatro pontos de observação de aves. Os seis quilómetros de passadiços foram construídos sobre o sapal do rio, o que permite uma ligação mais próxima ao rio.
Situada à beira do Rio Tejo, Vila Franca de Xira está cercada de planícies férteis - as lezírias - onde são criados os cavalos e touros sempre vigiados pelos campinos.
A Reserva Natural do Estuário do Tejo é, entre Outubro e Março, o local de passagem de aves migradoras como os flamingos, garças, pilritos, alfaiates patos, milhafres e peneireiros. Na zona rural do interior, a vivência é tranquila e o ambiente despoluído, predominando ainda a agricultura de pequena propriedade.
Vila Franca de Xira, é conhecida pela Tourada, o espetáculo mais apreciado na região, e que entre Abril e Outubro, tem lugar quase todas as semanas na Praça de Touros Palha Blanco.
As touradas e as largadas de touros nas ruas são também obrigatórias nas principais festas da região, como a Feira de Outubro e a Festa do Colete Encarnado que se realiza anualmente em Julho, devendo o seu nome a um dos elementos que compõem o trajo do campino.
Autêntico bilhete-postal de Alcochete, a frente ribeirinha convida a passeios com vista para o Tejo e serve de ponto de partida à descoberta da vila.
Aqui respira-se a tradição da arte piscatória, vários barcos de madeira com pinturas de cores vibrantes chegam para abastecer os restaurantes locais, as casas coloridas com portadas de madeira e vazos diversos à entrada completam uma imagem que parece parada no tempo. No bom sentido, de manter a tradição!
Outros dos espaços mais procurados, nos dias de calor, deve o nome aos moinhos de vento (já desativados) que existem junto ao areal, a Praia dos Moinhos.
Nos últimos anos, passou a ser conhecida entre os praticantes dos desportos de vento, como o kitesurf. Serve também de palco ao Festival Internacional de Papagaios.
Nas Salinas do Samouco, os visitantes vão encontrar uma autêntica salina em laboração, testemunho do “ouro branco” que em tempos serviu de sustento a muitas famílias de Alcochete.
É um dos sítios mais privilegiados para caminhadas e observação de aves, ou não fosse uma Zona de Proteção Especial visitada por 170 espécies de aves, sendo que o grande destaque vai para os flamingos, mas também para as garças e pernilongos.
O cais de Samouco é um pequeno refúgio com vista privilegiada para a grande cidade e para a ponte Vasco da Gama. As improvisadas pontes de madeira foram uma forma engenhosa de "enganar" as marés e chegar com mais facilidade às embarcações.
A zona ribeirinha é o espaço mais emblemático da cidade e onde melhor podemos semtir o ambiente maritimo de outros tempos. No cais das Faluas podemos ver as tradicionais embarcações à vela. O Moinho da Maré da Aldeia Galega (antiga designação do Montijo) é um exemplo do notável engenho do Homem no aproveitamento das fontes naturais.
A Alburrica é a zona de lazer mais emblemática do Barreiro, aqui encontramos Moinhos de Vento e de Maré, passadiços e a praia fluvial.
Almada é muito mais do que as suas bonitas praias. Em Cacilhas, uma das melhores portas de entrada no concelho de Almada, desde logo pelas vistas incríveis que oferece desde o Miradouro do Farol, com o Tejo em primeiro plano e Lisboa no horizonte, podemos visitar a D. Fernando II e Glória ou passear calmamente junto ao rio, no Cais do Gingal. daqui podemos subir ao centro histórico através do Elevador do Miradouro da Boca do Vento.
Inaugurado em 1959, o Santuário do Cristo Rei um dos ex-líbris de Almada, graças a uma imponente estrutura que se ergue a 113 metros acima do nível do rio (no topo fica um espetacular miradouro com vistas de 360º). Inspirado no Cristo Redentor do Rio de Janeiro, foi construído como símbolo de gratidão pela paz em Portugal durante a II Guerra Mundial.
Porto Brandão e Trafaria são pequenas localidades piscatórias, com fantásticas vistas para Lisboa, que outrora viveram da pesca e industrias de conserva e que hoje são importantes pontos turísticos com oferta diversa ao nível da hotelaria e restauração.
Nota: De referir que este guia e roteiro de Visitar Lisboa|Parque Natural do Estuário do Tejo (como os outros) pretende ser apenas um guideline e não para ser obrigatoriamente cumprido à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. E, claro, estamos disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!